Aprender a tocar bem violino era um objetivo pra mim, mas eu tinha um defeito.

 

Eu nunca valorizei a figura do professor. Na minha concepção antiga, professor tinha duas funções: Passar conteúdo e dar feedback.

Conteúdo eu podia encontrar na internet, e eu me julgava esperto o suficiente para corrigir os meus erros sozinho.

 

Então, pra que um professor? 

Era isso que eu pensava. Mas por mais que na minha cabeça eu alimentasse que não precisava de um profissional me acompanhando, o que acontecia na realidade era algo completamente diferente. Eu tinha muitos problemas. Pior ainda... Eu tinha muitos problemas que iam sendo jogados para debaixo do pano pois não sabia como resolver.

 

Eu me sentia perdido, e por não saber como resolver os meus problemas acabava fugindo deles,  ignorando a existência desses problemas e focando em coisas que eu já sabia como fazer.

Eu pesquisava tudo  quanto era método na internet.  Eu conhecia muitos métodos, estudava os nomes mais famosos do violino, mas não fazia a ideia do porquê estudar cada exercício de cada método. Eu nem sabia que cada exercício tinha uma função. Eu apenas ia.

 

Eu ia sem rumo. O que viesse a minha frente, eu "estudava". Estudava entre aspas, porque se você não sabe o porque das coisas que faz, você acaba estudando errado e abandonando antes da hora.  Então, basicamente eu lia as partituras, mas não sabia porquê.

 
Enfim, o tempo foi passando, eu fui levando as coisas dessa maneira, achando que estava resolvendo meus problemas com violino até que um dia, depois de 5 anos nessa jornada, algo aconteceu.

 

Todos os anos na cidade de Londrina acontece o Festival Internacional de Música. Nesse festival rola bastante apresentações e cursos de música.

 

Eu me inscrevi no curso de violino e fui todo bonitão apresentar a minha peça para a professora, que era uma violinista de alto nível e que vinha de fora do Brasil 

 

Quando eu me apresentei, a violinista disse que eu precisava dar um tempo na música que eu estava estudando, porque a minha técnica de mão do arco estava toda errada, e por isso eu não estava conseguindo tocar.

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Não é que minha técnica tinha alguns errinhos... não... ela estava TODA errada!

 

Ela me passou alguns exercício e quando vi quais exercícios eram... foi um facada.

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Aquilo foi uma facada no meu ego.

 

Eu já tocava violino há cinco anos, já estava dentro da faculdade de música, e tudo que passava na minha cabeça naquele momento era: “que violinista eu sou? Depois de tanto tempo estudando, depois de estar dentro da faculdade de música, eu vou ter que fazer exercícios de iniciantes que tem no máximo 6 meses de prática com o instrumento? Que violinista eu sou?”.

 

Obviamente não era pra ser assim... mas... o que eu tava fazendo de errado?.

Hoje, olhando para trás, é obvio que o erro era não estar recebendo orientação, e eu acho que no fundo eu sabia disso, mas resistia muito ao fato de ter que ter um professor.

 

Eu resistia ao fato de ter que aprender coisas novas.  Eu ia levando aquela vida fingindo que sabia tocar bem, mas na real, quando eu precisava me expor, sabia que alguma coisa ia dar errado e que eu estava vivendo uma ilusão.

Isso acabou me mostrando que eu não tinha tanta consciência das coisas e  estava deixado muitos erros por baixo dos panos. Sempre que precisava me expor como violinista, eu tinha dúvidas se sabia ou não tocar.

 

Sozinho, passava pano. Na frente dos outros, passava vergonha.

No final daquele ano, resolvi dar um basta nessa situação, e finalmente comecei a ter aulas de Violino regulares com um professor muito bom.

 

Durante o meu período de aulas com esse professor, precisei  refazer muita coisa que estava errada na minha técnica.

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Paralelo a tudo isso, eu estava na faculdade de Licenciatura em Música, aprendendo muito sobre Educação Musical e mudando completamente a minha visão sobre a importância de ter um professor ao seu lado para te auxiliar no seu desenvolvimento.

E por fim, além de estar fazendo aula de violino e de estar na faculdade de música, eu também estava ensinando violino em aulas particulares. 

 

Essas três coisas acontecendo, foi o o que eu chamo de ponto de virada, e a partir daqui eu estava crescendo muito, não só como violinista, mas também como músico educador.

Claro que além disso eu participei de orquestras, participei de vários festivais de música, participei como professor em escolas particulares, cantei em coros, enfim... fiz muita coisa como músico, mas isso não é relevante pra gente aqui.

 

A verdade é que, em determinado momento, eu comecei a produzir conteúdo na internet para divulgar as minhas aulas presenciais.

 

Eu comecei a gostar disso, e quando percebi, já estava produzindo conteúdo todo santo dia no instagram, no facebook, no youtube, no tik tok e no kwai. 

 

Com o tempo a vontade de criar um curso online de violino foi surgindo e então nasceu o Violino Friccionado